Arte

A palavra arte deriva do latim “ars”, significando habilidade. Para os gregos a arte era entendida como o produto ou processo que utilizava o conhecimento para realizar determinadas habilidades, sendo assim, havia a “tekné” (técnica), ou a arte de fazer esculturas, pinturas, navios, etc. Entretanto, a arte é uma faculdade especial da mente humana, não podendo ficar restrita ou limitada às habilidades, ela expande-se, oferecendo ao ser humano uma visão distinta e peculiar do mundo, ou seja, a arte envolve, sobretudo, a imaginação.

A arte existe desde que há indícios do ser humano na Terra, e ao longo do tempo suas funções tem sido vistas como meios para espelhar nosso mundo, para decorar nosso dia-a-dia, para explicar e descrever a história e os diversos “eus” que existem dentro de um só ser, para curar e para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem. Segundo Charles S. Peirce, fundador da Semiótica, “a arte possui uma função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela, ou palavras escritas sobre um papel, simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão.”

A arte está em todos os lugares, na pintura, escultura, música, dança, cinema, fotografia, etc., e em todas as suas manifestações a arte é a expressão do sentir humano transformado em símbolos, que não precisam levar o observador a significados conceituais, pois antes de tudo a arte deve ser sentida e não pensada. E é este sentir proporcionado pela arte que nos permite viver melhor e ter diferentes olhares sobre um mesmo objeto ou situação, ela nos faz sonhar.

Por isso, a proposta de um verdadeiro artista é tocar os sentidos de quem aprecia a sua obra, é possibilitar o prazer na visualização, na audição, ou em ambas ao mesmo tempo. Assim temos a essência da arte, onde o artista pode transformar a realidade de acordo com seus ideais, interpretações e pensamentos peculiares. Ele interpreta o mundo em que vive e as mudanças pelas quais este passa, pois mesmo que elas passem despercebidas pelos olhos do “cidadão comum”, são sempre observadas, captadas e materializadas nos pincéis de um pintor, na pauta de um compositor, na pena de um poeta, ou no cinzel de um escultor. O artista sempre provoca reações, estimulando à imaginação e à percepção convida seus observadores a pensar, e isso faz com que regras absolutas sobre o “fazer” ou “criar” arte não sobrevivam.

Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde e como, caracterizá-la, avaliá-la e desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, é este o momento em que a pessoa e a obra se unem, criando um espaço-tempo onde a imaginação e a fantasia levam-nas a um mundo completamente diferente. Este é o objetivo da arte, dar prazer, oferecer à pessoa, no momento em que ela se emociona com uma composição, a oportunidade de conhecer a capacidade humana de sentir, pensar, interpretar, e recriar o seu mundo com sensibilidade e criatividade.

Fatores históricos e sociais modelam os tipos de arte e se fazem modelar por ela, encontraremos arte desde a arte rupestre, passando pelos egípcios, gregos, pelo poder mágico da arte e todos os “ismos” que se seguiram, entrando na fotografia, no cinema, ingressando na virtualidade dos nossos dias, na globalização, e certamente encontraremos arte amanhã, pela simples necessidade de expressão inerente a nós e, principalmente, porque a verdadeira arte será sempre inovadora e capaz de falar do seu tempo, pois ela sempre falará ao sentimento humano e é ele que a nutre.


Paula Fraga

Nenhum comentário:

Postar um comentário